quarta-feira, 9 de maio de 2012

Quarta semana – 28/03/2012

Plantas daninhas e injúrias nas folhas

Foi notado nessa semana uma presença significativa de plantas daninhas, elas devem ser controladas pois podem reduzir a produção da cultura, aumentar os custos de produção, reduzir a qualidade do produto, dentre outros aspectos indesejáveis.


Como a área que cultivamos com o pimentão na estufa é relativamente pequena, fizemos o controle manual das plantas daninhas, através de capina, em áreas maiores,  deve-se avaliar qual o melhor método a ser adotado, que pode variar desde o próprio controle manual até o controle químico.


Notou-se também a presença de injúrias nas folhas, causadas por lepdoptera, as folhas ficam com as bordas “comidas”, “rasgadas”, sem um padrão definido, diferenciando-se assim de outros tipos de injúrias. Foi recomendado a aplicação de Decis na dose de 0,5 mL/L.



Montagem do sistema de tutoramento

Na próxima semana já haverá a necessidade de se tutorar a cultura pois ela já atingirá um tamanho em que as plantas podem tombar ou até mesmo quebrar com seu próprio peso e com o vento, e mais a frente com o peso dos frutos que surgirão, além disso, um bom tutoramento facilita os tratos culturais.

Nessa semana já deixamos montado o sistema de suporte ao tutoramento, cada linha de plantio terá 3 mourões, um em cada extremidade e um no meio, onde serão amarrados os fitilhos para o tutoramento.



Presenças das primeiras ramificações e botões florais

Após quatro semanas do plantio, foi possível notar as primeiras ramificações e os primeiros botões florais na planta.

Graus-dia

Fizemos o cálculo de graus-dia para saber quando, em graus-dia, essas ramificações e botões surgiram, obtivemos o valor de 193,6 graus-dia. Esse método leva em consideração que cada planta necessita de uma quantidade constante de energia térmica para o seu crescimento e desenvolvimento, essa quantidade é fixa, mas o período de tempo sobre o qual essa energia térmica é acumulada pode variar.


Avaliação das plantas cativas e cálculo da irrigação

A irrigação a partir dessa semana será feita baseado nos dados fornecidos por uma estação  implantada dentro da estufa, ela trará informações como umidade e temperatura, dentre outras, e a quantidade a ser irrigada será estimada através da taxa de evapotranspiração da cultura.

A recomendação de irrigação para essa semana, baseado nos dados coletados da estação, foi de:
Dia 28/03 – 35 min
Dia 30/03 – 35 min
Dia 01/04 – 35 min



Foram avaliadas as plantas cativas, os dados coletados essa semana seguem abaixo:


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Terceira semana - 21/03/2012

Pragas e outras observações

   Após uma semana do transplantio realizado, já foi notado a presença de algumas pragas na cultura, nenhuma causou dano severo, mas devem ser acompanhadas e combatidas, se necessário, para não virem a causar prejuízos. Um total de 15 plantas das 48 apresentaram sinais de ataque por grilos (folhas cortadas, "comidas"), sendo a maioria localizada nas bordas da estufa, notou-se também a presença de vaquinha e mosca-branca, ambas em número abaixo do nível de controle (foi observado uma mosca branca por planta e somente uma vaquinha em toda área cultivada com pimentão) e também o início de sinais e sintomas que sugerem a presença de microácaro (folhas com aspecto murcho e aglomerado branco na parte abaxial da folha). Foi recomendado a aplicação de Daconil na dose de 2 g/L.

Em algumas plantas foi notado um "encarquilhamento" nas folhas, deixando-as com aspecto enrugado, e em outras o ápice da planta apresentava uma leve clorose, mas isso pode ser considerado normal nesse estágio de desenvolvimento da planta visto que ela ainda não apresenta um sistema radicular plenamente desenvolvido e ainda está em fase de estabelecimento no local.


Clorose
Enrugamento
Duas plantas foram replantadas, em uma houve uma espécie de "murchamento", de queda do ápice da planta, e na outra houve um roletamento na base do caule (roletamento do coleto):

Murchamento do ápice
Roletamento do coleto
 Nessa semana também foi feito a verificação das cortinas de plástico laterais, as que estavam ruins foram trocadas e nos locais que estavam sem, foram colocadas novas. Além disso, foram selecionadas 8 plantas que foram denominadas "cativas", duas plantas por linha, essas plantas serão as avaliadas todas as semanas para se obter valores de altura, número de folhas, entrenós, número de flores e frutos, entre outras características, os dados obtidos essa semana seguem abaixo:



A recomendação de irrigação para essa semana é de 6 minutos diários, até dia 28/03, quando será feito uma nova recomendação.


sábado, 21 de abril de 2012

Segunda semana - 14/03/2012

Transplantio das mudas


O transplantio das mudas foi realizado dia 14/03, na segunda semana, depois de uma semana da calagem e da adubação terem sido feitas. Foram avaliados o número médio de folhas expandidas e a altura média das duas variedades de pimentão, tanto o Amarelo Matador (AM) como o Vermelho Salvador (VS) tiveram média de 6 folhas expandidas, já para altura média, o AM teve 10,8 cm de média e o VS 19,3 cm, essa diferença na altura foi devido ao substrato utilizado para fazer as mudas, cada variedade foi semeada em um tipo de substrato, mas com poucos dias após o transplantio já não havia mais diferença aparente, as plantas apresentavam também um bom desenvolvimento radicular.

 
Clique na foto para ampliar

Montagem do sistema de irrigação e cálculo do CUC

   Foi montado o sistema de irrigação por gotejamento e feito o cálculo do CUC para se avaliar a uniformidade de distribuição da água no sistema. Foram instaladas 4 fileiras de fitas gotejadoras, uma para cada linha de plantio, o espaçamento entre os gotejadores é de 30 cm e entre cada fita é de 1,0 m, a vazão dos gotejadores é de 0,9 L/h.



O sistema de irrigação servirá tanto para distribuição de água quanto para a aplicação de adubos em cobertura, através da fertirrigação. A recomendação para irrigação nessa semana é de 30 min diários, mas esse tempo será variável de acordo com a semana e de acordo com o estágio de desenvolvimento da cultura.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Principais pragas e doenças

 As doenças e pragas que afetam o pimentão podem comprometer a quantidade e a qualidade da produção, elas podem atingir várias partes da planta (caule, folha, fruto e raízes) e em vários estágios diferentes do desenvolvimento da cultura, causando pequenos ou severos danos, que em último caso podem levar à morte da planta. As principais pragas e doenças do pimentão estão listadas abaixo, com uma pequena descrição de quais efeitos elas causam:

Doenças

Antracnose
Colletotrichum gloeosporioides

Frutos com lesões negras, deprimidas, com anéis concêntricas, com a presença de massas de esporos nos anéis mais claros, centrais.
Oídio
Oidiopsis sicula

Camada fina de cor branca sobre as folhas, em casos graves o limbo foliar pode ser totalmente recoberto e a planta pode parar seu crescimento podendo ocorrer a morte.

Podridão de Sclerotium
Sclerotium rolfsii

Pontuações brancas no colo da planta que se desenvolvem para uma camada branca podendo causar "inchamento do caule". Causa redução no número e tamanho das raízes levando a dificuldades na absorção de água e nutrientes ocasionando murcha e morte.
 
 Murcha do pimentão
Phytophthora capsici

Afeta a raiz e o colo da planta, pode causar encharcamento de tecidos e tombamento, leva a murcha e morte da planta.

Podridão de Sclerotinia
Sclerotinia sclerotiorum

Plantas apresentam murcha e seca, apresentam micélio branco na região do colo e nas raízes, dificulta capacidade de absorção das plantas.


Mancha bacteriana
Xanthomonas campestris

Manchas de formato irregular em frutos e folhas, pode provocar desfolhamento parcial ou total, frutos podem não se desenvolver.

Murcha bacteriana
Ralstonia solanacearum

Afeta o sistema vascular da planta causando escurecimento do mesmo, causa murcha e posterior morte.

Podridão mole
Erwinia carotovora

Fruto com área macerada, de aspecto mole. A bactéria digere a parede celular e leva ao colapso dos tecidos.

Mosaico do pimentão PVY

Plantas sofrem redução do porte, encrespamento das folhas e áreas verde claras e amareladas constituindo o mosaico nas folhas, pode levar a mal formação de frutos.




Pragas

Lagarta rosca
Agrotis ipsilon

Pode penetrar nos frutos, principalmente os que ficam próximo ao solo, corta as plantas rente ao solo.

Mosca branca
Bemisia sp.

Suga seiva podendo debilitar a planta, pode injetar toxinas ou vírus podendo comprometer a qualidade de frutos e causar problemas em folhas.

Ácaros
Aculops lycopersici e Tetranhicus urticae

Folhas ficam pequenas e tendem a enrolar-se, podem comprometer as gemas de crescimento da planta dependendo da infestação, pode haver perda parcial de floração e queda de frutos pequenos.

Pulgão
Myzus persicae e Aphis gossypii

Danos geralmente pequenos em pimentão, podem causar ligeiro amarelecimento de folhas, sugam seiva, podem transmitir vírus.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Primeira semana

Adubação e delimitação da área

   O início das atividades na estufa foi dia 07/03/2012. Através dos dados obtidos pela análise de solo foi feita a adubação e a calagem, e ainda aplicado matéria orgânica, a fonte utilizada foi a cama de frango e tanto ela como a calagem foram aplicados em área total. A adubação foi feita nas linhas de plantio, aplicou 100% do Superfosfato Simples, 20% do Sulfato de Amônio e 10% do Cloreto de Potássio, os adubos foram incorporados ao solo, o restante de Sulfato de Amônio e Cloreto de Potássio serão aplicados em cobertura parceladamente, via fertirrigação.

Além do preparo do solo, foi feita também a delimitação da área de cada cultura, cada grupo marcou com estacas o local que iria ser implantado sua cultura e fez a adubação de acordo com seus cálculos. A figura abaixo mostra nossa área de cultivo do pimentão, já com os adubos e o calcário aplicados, e com as estacas ao fundo indicando onde serão colocadas as quatro linhas de plantio:


domingo, 15 de abril de 2012

Informações sobre a implantação e condução da cultura

O pimentão foi plantado em uma estufa plástica juntamente com outras culturas, cada grupo de alunos ficou responsável por acompanhar uma dessas culturas, sendo que milho (plantado dentro e fora da estufa) e alface (plantado dentro e fora da estufa) são de responsabilidade de todos os grupos, o milho será plantado na mesma data que as outras culturas e o alface será plantado depois. Abaixo segue um croqui destacando as posições de cada cultura dentro da estufa e o número total de linhas, mostrando os números das linhas pertencentes a cada cultura.


Vamos trabalhar com duas variedades de pimentão: Amarelo Matador e Vermelho Salvador, que serão distribuídas em 4 linhas, com 12 plantas por linha, totalizando 48 plantas, de acordo com a figura à direita. 

Outras informações relativas a implantação da cultura:

• Semeadura em bandeja de isopor dia 10/02/2012.
• Transplantio realizado dia 14/03/2012.
• Aplicação de calcário e matéria orgânica em área total.
• Quantidade total de adubo que será aplicado:
   715 kg/ha de Sulfato de Amônio
   3335 kg/ha de Superfosfato Simples
   135 kg/ha de Cloreto de Potássio
  Sendo 20% do Sulfato de amônio, 10% do Cloreto de Potássio e 100% do Superfosfato Simples aplicado no plantio, o restante será aplicado em cobertura, parceladamente, através de fertirrigação.
A irrigação será feita por gotejamento.

A planta de pimentão tem como característica produzir um par de hastes através de bifurcação, o ramo principal se bifurca e dá origem a duas hastes, essas duas hastes se bifurcam e cada uma dá origem a mais duas hastes, e assim sucessivamente, sendo que em cada bifurcação se desenvolverá um fruto. Dependendo do sistema de condução que for adotado você pode remover ou não algumas destas hastes para se produzir frutos maiores ou em maior quantidade, respectivamente, e também poderá remover o primeiro fruto, que surgirá na primeira bifurcação, com o intuito de avaliar qual a resposta que a planta dará a esse procedimento.

Vamos adotar dois sistemas de condução: em um iremos manter a planta sempre com 4 hastes, no esquema 1 - 2 - 4 - 4 (...) e no outro não iremos remover nenhuma haste, deixando a planta crescer livremente, no esquema 1 - 2 - 4 - 8 - n, como mostrado abaixo:



 Além disso, em duas linhas serão removidos os primeiros frutos e em duas eles serão mantidos. Dessa forma, cada linha de plantio receberá um tipo de condução diferente da outra linha. O tutoramento adotado será "em oito" e, assim como a condução de hastes, será mais discutido à frente.


A Cultura do Pimentão



Com o nome cientifico Capsicum annuum L. e de origem tropical (America Latina), o pimentão destaca-se entre as solanáceas pelo seu consumo e importância econômica no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos, México, Itália, Japão e Índia (M.A.G. da Silva et al.).

O cultivo de pimentões é uma atividade significativa para o setor agrícola brasileiro, sendo responsável anualmente por cerca de 13.000 ha de área cultivada, com a produção de aproximadamente 280.000 toneladas de frutos. O pimentão figura entre as dez hortaliças mais importantes do Brasil. A produção de pimentão existe em todos os estados da federação, mas concentra-se nos estados de São Paulo e Minas gerais que plantam, em conjunto, aproximadamente 5.000 ha, com considerável produção de 120 mil toneladas. Somente o mercado nacional de sementes de pimentão movimenta US$ 1,5 milhão (Ribeiro, C. S. C.).

O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma das espécies mais indicadas para o cultivo protegido, pois este sistema propicia grande produtividade, melhor qualidade dos frutos, cultivo durante o ano todo e em locais onde as condições climáticas são limitantes (Scivittaro et al., 1999; Lúcio et al., 2004, 2006; Fontes et al., 2005b).

São plantas arbustivas, semiperene, mas cultivadas como planta anual. Apresentam folhas de coloração verde-escura e com formato oval-lanceolado. Os frutos são do tipo baga, com formato que varia de cúbico a piramidal. 

Taxonomia

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Gênero: Capsicum
Espécie: C. annum